quarta-feira, 28 de março de 2012

Que faço eu ali?

Que faço eu numa sala recheada de miúdos e miúdas, uns mais lindos outros menos, mas onde todos poderiam ter sido os meus bebés à tantos anos quanto cada um deles tem de vida?
A resposta é fácil: Diferenças à parte une-nos a mesma situação que não pretendemos que seja definitiva e a vontade de dar a volta e sair vencedor.

Então por que carga d'água é que chamam um grupo de pessoas (incluindo eu), porque reúnem os requisitos e no fim vai-se a ver um dos requisitos é ter entre 18 e 33 anos?

Afinal a empresa que no site anuncia não fazer distinção  de cor, raça, sexo, idade, religião e orientação sexual... afinal não contrata ninguém com mais de 35 anos.

Apetece-me chorar. E vou fazê-lo.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Não sei...

Um dia fui à capital de distrito... uma fábrica novinha acabada de construir e quase a abrir portas. Era disto que eu precisava.
Chego a casa, vou à net, procuro e procuro e... e nada. Nada de site, nada de informações para onde mandar Currículos. 
No Centro de Emprego dizem-me que apenas teem o contrato de fazer a formação mas... as turmas já estão cheias. Não sabem se haverá nova turma mas poderá a menina pouco simpática que me atendeu mandar o nome para a colega para o caso de haver nova turma. O meu "Pode ser, sim" e o "Já está" dela enquanto carregava numa tecla, não me deixaram minimamente convencida.

Talvez seja efeito da noz de 3 quinas religiosamente junto ao computador ou... ou o reverso do efeito sorte que supostamente daria.
Recebo um, não convite mas sim intimação (dado o teor de ameaças descritas no final da carta), para participar em "Sessão colectiva de orientação, considerada necessária ao percurso de inserção" nessa formação.

Será que é para entrar nesse Curso de Formação?
Será que é para seleccionar quem irá?

Tenho medo... medo de me encontrar  perdida no meio de jovens belos e vistosos cujo neurónios funcionam à mesma velocidade que os meus funcionavam à 20 anos atrás.
Medo que todos se tratem por tu e a mim tratem por você.
Odeio que me chamem Dona e Senhora.

terça-feira, 20 de março de 2012


Hoje, na minha ânsia de conseguir alguma coisa, inscrevi-me sem me aperceber num emprego de andar nas obras em cima de telhados.
Se em vez de ter passado os últimos 20 anos sentada a uma secretária, os tivesse passado na área da agricultura, hoje teria arcaboiço para seguir em frente... afinal foi aí que comecei para me ocupar quando terminei os estudos. Mas assim... dei um passo para trás.

E no meio das minhas nozes... daquelas que juntamente com pão encerram todos os meus dias e acalmam a minha mente... apareceu uma... de três quinas.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Verbalmente é mais dificil

Um não é sempre um não... mas a intensidade com que nos alcança varia conforme o meio pelo qual vem.
A primeira entrevista valeu-me o 1º não por telefone. E dói mais do que simplesmente não viesse qualquer resposta.
Não volto a outra entrevista sem procurar saber alguma coisa sobre o tema de trabalho do local.
Eu sei que fui com o espírito de "aquilo não serve para mim, por isso não vale a pena preparar-me minimamente".
Apareceu depois de mim, alguém que tinha conhecimentos sobre a matéria prima utilizada... p@£§ra!! Eu se lá fosse dois dias depois de ter ido também já saberia alguma coisa. Depois do burro morto, cevada ao rabo.
Ficou-me gravado na mente um comentário que refere que na próxima entrevista não repete os erros das anteriores. Será que terei mais hipóteses para corrigir?... a ver vamos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Sozinha


Quando fiquei em casa senti-me perdida.
Depois tentei animar-me pensando que poderia agora ter alguns dias a dois da forma que nunca tive pois sempre trabalhei e ele trabalha por turnos.
Nunca tivemos fins-de-semana normais, nem feriados nem… no fundo nem os dias nem as noites são de família normal.
Mas não. Os miúdos vão para a escola, ele de manhã dorme, á tarde sai e depois de jantar tem o computador.
Nestas tardes de sol não me apetece ir a lado nenhum mas ao mesmo tempo sinto-me abandonada aqui em casa.
Tratar da casa e arrumar dá-me cá uma agastura que só eu sei. Fazer almoços que ninguém elogia dá-me vontade de chorar. Ter vontade de chorar faz-me sentir irritada e com vontade de gritar.
Valem-me as flores, o quintal, a terra e a tesoura de podar.
Ando numa de cortar tudo… é o que me dá paz. Podar, regar, mudar, plantar, semear…
E pão com nozes… pão com nozes e água. Aquece-me o coração, faz sentir mais feliz e menos só.
Nasceram duas oliveirinhas no meu quintal… uns dois centímetros cada uma… são os pássaros que trazem os caroços.
Este mês já concorri a 11 empregos.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Hoje


Ao 59º dia desta saga, fui à primeira entrevista, independentemente de haver mais ou não está será sempre a primeira.
A outra a que já fui, foi à mais de 20 anos. Estou tão diferente agora, sou tão melhor a conversar, muito menos nervosa e sem medo da pessoa que está do outro lado da secretária.
Sem grande apoio da família por ser a 40 km de casa, parei de me preocupar com a apresentação ideal e fui a desejar não ser escolhida.
Mas a estrada é boa e o caminho faz-se tão bem. Adorei o sítio, adorei as instalações, adorei o senhor que me entrevistou… saí de lá feliz com a simpatia com que fui tratada. É disto que sinto falta: de falar com novas pessoas, com pessoas desconhecidas. Tenho pena… tenho pena de não me ter preparado a nível de conhecimentos sobre o material usado na empresa… essa seria uma mais-valia na comparação dos currículos e até mesmo na net poderia ter aprendido alguma coisa. Lembrei-me disso mas… achei desnecessário.
Aí, o que eu adorava trabalhar naquele sítio… enfim… agora é tarde.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Oportunidade impedida

Não sei ... não sei se chore, se contrarie ou se compreenda. Triste já estou.
Tenho uma hipótese de trabalho... sim, uma hipótese ao fim de quase dois meses que parecem anos de longos que teem sido.
Mas... o homem cá de casa é frequentador do sítio e até presta lá serviços. "Não tem graça nenhuma eu estar lá e ires p'ra lá tu"
Não sei... nem o que pensar.
Cáca de vida. Ás vezes aqueles que com quem mais contamos são os que mais nos empurram... para baixo.