Levantar todos os dias ás 5 da manhã não é tão difícil como pensei.
Passar o dia todo em cima dos dois pés, com as pernas na vertical desde o tornozelo até à coxa, é que me rendeu umas dores valentes ao fim do primeiro dia.
Comecei a beber sumo de Mangustão de manhã e à noite e, coincidência ou não, nos dias seguintes não houve mais dores de pernas.
Se está a ser fácil... não, não está.
Quando saí da escola, com 18 anos, comecei no sector Primário. Ainda antes de fazer os 20 já estava no sector Secundário, e antes de fazer os 21 passei para o Terciário.
Agora, 20 anos depois, voltei ao sector Secundário.
Depois de duas décadas sentadinho em cadeira giratória, o corpo ressente-se ao voltar à dureza da indústria.
Mas estou feliz.
Tenho uns vinte e poucos Km para fazer duas vezes ao dia mas... gosto de fazer a viagem. Na de regresso sou por vezes acometida de um leve ataque de sono mas nada de especial.
Este contrato tem um mês de experiência e é isso que me está a preocupar. Sair durante esse tempo por não adaptação seria não só um golpe na minha já por vezes tão baixa ou quase nula auto-estima, como também me deixaria sem emprego e sem subsidio de desemprego.
Mas eu tenho fé em mim e espero conseguir ultrapassar este mês. Se tal não acontecer como vou eu encarar as pessoas e dizer-lhes: "Ah pois, eu até estava sossegadinha em casa a ganhar um dinheirito da segurança social mas resolvi ir trabalhar. Acontece que o trabalho era um "cadito" pesado e a agora olha, o dinherito caído do céu já não há mais."
Bem, de hoje a 8 dias já vou estar mais confiante, espero eu.
Mais de um ano de eminencia e... eis que o dia chega. Para pôr termo a um contrato de trabalho de 20 anos, o ano de 2012 não é bom para ninguém... muito menos para alguém que já vai caçando alguns fios brancos do topo de si própria.
sábado, 19 de maio de 2012
domingo, 13 de maio de 2012
125 dias
Hoje é o dia nº125.
É o último. O último desta primeira serie... porque acredito que nos dias de hoje já não torno a ficar 20 anos no mesmo emprego. Para já a minha intenção é interromper o subsidio de desemprego de forma a que se prolongue por mais este tempo. Espero não me esquecer disto daqui por seis meses quando o contrato acabar.
O balanço destes 4 meses e uns dias que passei em casa é muito negativo.
Viciei-me em pão com nozes (e as nozes são caras como um raio).
Comecei a tomar comprimidos de raiz de valeriana.
Zanguei-me muitas vezes com os meus meninos e com o pai deles.
Chorei muito e desleixei-me com a casa. Se quando trabalhava não tinha tempo, agora não tinha vontade.
Amanhã será o primeiro dia da minha vida em que saio de casa primeiro que os meus filhos.
É o último. O último desta primeira serie... porque acredito que nos dias de hoje já não torno a ficar 20 anos no mesmo emprego. Para já a minha intenção é interromper o subsidio de desemprego de forma a que se prolongue por mais este tempo. Espero não me esquecer disto daqui por seis meses quando o contrato acabar.
O balanço destes 4 meses e uns dias que passei em casa é muito negativo.
Viciei-me em pão com nozes (e as nozes são caras como um raio).
Comecei a tomar comprimidos de raiz de valeriana.
Zanguei-me muitas vezes com os meus meninos e com o pai deles.
Chorei muito e desleixei-me com a casa. Se quando trabalhava não tinha tempo, agora não tinha vontade.
Amanhã será o primeiro dia da minha vida em que saio de casa primeiro que os meus filhos.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Consegui
Aos 123 dias do motivo que levou à criação deste espaço recebo o telefonema a dizer que fui seleccionada, começo na próxima Segunda-feira.
Estou feliz.
Estou feliz.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Mais um passinho
Ontem a Maia disse que Gémeos teria melhorias a nível profissional. Pensei que sou Gémeos mas não posso melhorar o que não tenho... e também não vou lá muito nessas cantigas.
Mas... coincidência ou não, umas horas mais tarde toca o telefone... entrevista para hoje.
Tanto que eu corria atrás desta entrevista. Candidatei-me três vezes por canais diferentes. E venho de lá agora. Não contei a ninguém que ia. Nem aqui em casa. Nem à minha mãe. E também não vou dizer que fui.
Chorei metade do caminho de regresso.
O teste prático que fiz não ficou perfeito mas ficou muitíssimo bom mas... se os outros candidatos conseguirem o perfeito...
A idade não interfere, responderam-me.
Não perguntei quanto tempo levam a decidir quem ficará... já foi bom não me ter esquecido da sombrinha.
Deus permite que não tenha sido a segunda e última vez que lá me desloco.
Sinto-me dormente.
Mas... coincidência ou não, umas horas mais tarde toca o telefone... entrevista para hoje.
Tanto que eu corria atrás desta entrevista. Candidatei-me três vezes por canais diferentes. E venho de lá agora. Não contei a ninguém que ia. Nem aqui em casa. Nem à minha mãe. E também não vou dizer que fui.
Chorei metade do caminho de regresso.
O teste prático que fiz não ficou perfeito mas ficou muitíssimo bom mas... se os outros candidatos conseguirem o perfeito...
A idade não interfere, responderam-me.
Não perguntei quanto tempo levam a decidir quem ficará... já foi bom não me ter esquecido da sombrinha.
Deus permite que não tenha sido a segunda e última vez que lá me desloco.
Sinto-me dormente.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Inocência de mãe ou esquecimento da idade?
Um guarda-chuva, sombrinha, chapéu de chuva... tantas forma de falar da mesma coisa.
E um miúdo que é alérgico ao transporte do mesmo independentemente do nome que se lhe chame. Que quando chove alguém vai a correr de carro esperar à porta da escola.
Está na hora de mudar isso... por um caminho de 10 minutos a pé, pela cada vez pouca disponibilidade das pessoas, pela própria independência e até mesmo pelo gasóleo.
Eram horas dele sair, os pingos de água batiam na minha janela... o carro estacionado ali ao lado.
Que mãe faz isto a um filho? Não me senti feliz.
Subi as escadas e fui ao quarto dele, abri o guarda-fato... teria a roupinha toda pronta para mudar rapidamente. Eu o ajudaria.
Pela janela vi-o chegar a correr... chegou molhado.
Ajudei-o a vestir, a calçar... dei-lhe beijinhos e pensei que é assim que os teimosos aprendem.
Mas... será inocência de mãe, ou foi o tempo que se passou desde os meus 10 anos que me fez esquecer o que eu gostava com essa idade?
Estava tão contente a contar como segurava o casaco e como a água lhe corria pelos pulsos.
E eu fiquei com mais roupa molhada em dias de chuva.
Hoje também não quis levar sombrinha, mas não choveu no caminho.
E um miúdo que é alérgico ao transporte do mesmo independentemente do nome que se lhe chame. Que quando chove alguém vai a correr de carro esperar à porta da escola.
Está na hora de mudar isso... por um caminho de 10 minutos a pé, pela cada vez pouca disponibilidade das pessoas, pela própria independência e até mesmo pelo gasóleo.
Eram horas dele sair, os pingos de água batiam na minha janela... o carro estacionado ali ao lado.
Que mãe faz isto a um filho? Não me senti feliz.
Subi as escadas e fui ao quarto dele, abri o guarda-fato... teria a roupinha toda pronta para mudar rapidamente. Eu o ajudaria.
Pela janela vi-o chegar a correr... chegou molhado.
Ajudei-o a vestir, a calçar... dei-lhe beijinhos e pensei que é assim que os teimosos aprendem.
Mas... será inocência de mãe, ou foi o tempo que se passou desde os meus 10 anos que me fez esquecer o que eu gostava com essa idade?
Estava tão contente a contar como segurava o casaco e como a água lhe corria pelos pulsos.
E eu fiquei com mais roupa molhada em dias de chuva.
Hoje também não quis levar sombrinha, mas não choveu no caminho.
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