quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Bicho tornar-me-ei



 Saí… teve de ser. Assunto para resolver fora de casa assim o obrigaram.
Andava para o fazer desde 2ª feira mas não apetecia.
Fui ao banco, a conta ordenado… sem ordenado… enfim.
Receber o cheque do subsídio de desemprego não me trouxe alegria nem felicidade mas… tinha que ser depositado.
A ida ao Centro de Emprego para saber umas informações… passei-lhe à porta 4 vezes e não tive coragem de entrar.
A moça que me tem atendido é uma pessoa mas não gosto da forma como me trata. Talvez ela não perceba que se eu estou ali, não é por ser estúpida ou curta de ideias mas sim porque após 20 anos de serviço em que dei aquela empresa tempo de férias e tempo que tirei dos meus dois filhos, esta cáca de situação que se vive está a assassinar literalmente as pequenas e médias empresas do comércio tradicional.
Talvez ela não saiba que eu não quero receber dinheiro mas que quero ser eu a ganhá-lo.
Valeu o senhor simpático que me atendeu nos correios… porque o carteiro não supõe que eu esteja em casa e não toca à campainha. E tem razão… é inédito em 20 anos. Eu nunca estava em casa em horas de serviço.
As pessoas que na rua me sorriem (conheço tanta gente)… não me apetece que me vejam.
Sinto vontade de correr para casa, para o aconchego do meu lar desarrumado… mas que não tenho vontade de arrumar, para as minhas flores a morrer de sede… mas que não tenho vontade de regar.
Entrei no carro… deixei cair livremente a torrente de lágrimas teimosas e rumei à minha toca.
A continuar assim sinto que me tornarei um bicho… mas não tenho coragem de lutar contra.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

46 dias depois

Hoje, 46 dias meses depois do último dia no trabalho, 46 vezes 3 consultas "interneticas" diárias procurando emprego, eis que vou ao supermercado e  aí mesmo atendo um cliente como se ainda estivesse... lá no local de trabalho.
O senhor que costumava lá ir, dirigiu-se-me dizendo que o patrão (que é quem faz agora o serviço que eu fazia), não "entende muito disto".
Tenho saudades... saudades das pessoas que lá iam e que muitas vezes ficavam mais uns minutos a conversar comigo...
É incrível como por vezes na frente de uma loja se ouvem tantas histórias de vida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

29 dias


Dias inteiros em casa dos quais ninguém compreende que não dá para tudo.
E essa a parte que mais dói...
Entre almoços para crianças e 1001 coisas em casa para arrumar... é triste que se oiça a incompreensão de alguma coisa que possa falhar.
Como se já não bastasse a minha própria auto-critica pouco favorável.

No meio do meu jardim, fustigado antes pela minha falta de tempo e agora pela minha falta de alento, o Amor de Mãe mostrou-se-me hoje tão triste...

Uns miminhos fora de época... vamos ver como evolui.
Amor de mãe sempre é forte.