sábado, 19 de maio de 2012

Uma semana depois

Levantar todos os dias ás 5 da manhã não é tão difícil como pensei.
Passar o dia todo em cima dos dois pés, com as pernas na vertical desde o tornozelo até à coxa, é que me rendeu umas dores valentes ao fim do primeiro dia.
Comecei a beber sumo de Mangustão de manhã e à noite e,  coincidência ou não, nos dias seguintes não houve mais dores de pernas.
Se está a ser fácil... não, não está.
Quando saí da escola, com 18 anos, comecei no sector Primário. Ainda antes de fazer os 20 já estava no sector Secundário, e antes de fazer os 21 passei para o Terciário.
Agora, 20 anos depois, voltei ao sector Secundário.
Depois de duas décadas sentadinho em cadeira giratória, o corpo ressente-se ao voltar à dureza da indústria.
Mas estou feliz.
Tenho uns vinte e poucos Km para fazer duas vezes ao dia mas... gosto de fazer a viagem. Na de regresso sou por vezes acometida de um leve ataque de sono mas nada de especial.
Este contrato tem um mês de experiência e é isso que me está a preocupar. Sair durante esse tempo por não adaptação seria não só um golpe na minha já por vezes tão baixa ou quase nula auto-estima, como também me deixaria sem emprego e sem subsidio de desemprego.
Mas eu tenho fé em mim e espero conseguir ultrapassar este mês. Se tal não acontecer como vou eu encarar as pessoas e dizer-lhes: "Ah pois, eu até estava sossegadinha em casa a ganhar um dinheirito da segurança social mas resolvi ir trabalhar. Acontece que o trabalho era um "cadito" pesado e a agora olha, o dinherito caído do céu já não há mais."
Bem, de hoje a 8 dias já vou estar mais confiante, espero eu.

domingo, 13 de maio de 2012

125 dias

Hoje é o dia nº125.
É o último. O último desta primeira serie... porque acredito que nos dias de hoje já não torno a ficar 20 anos no mesmo emprego. Para já a minha intenção é interromper o subsidio de desemprego de forma a que se prolongue por mais este tempo. Espero não me esquecer disto daqui por seis meses quando o contrato acabar.

O balanço destes 4 meses e uns dias que passei em casa é muito negativo.
Viciei-me em pão com nozes (e as nozes são caras como um raio).
Comecei a tomar comprimidos de raiz de valeriana.
Zanguei-me muitas vezes com os meus meninos e com o pai deles.
Chorei muito e desleixei-me com a casa. Se quando trabalhava não tinha tempo, agora não tinha vontade.
Amanhã será o primeiro dia da minha vida em que saio de casa primeiro que os meus filhos.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Consegui

Aos 123 dias do motivo que levou à criação deste espaço recebo o telefonema a dizer que fui seleccionada, começo na próxima Segunda-feira.
Estou feliz.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Mais um passinho

Ontem a Maia disse que Gémeos teria melhorias a nível profissional. Pensei que sou Gémeos mas não posso melhorar o que não tenho... e também não vou lá muito nessas cantigas.
Mas... coincidência ou não, umas horas mais tarde toca o telefone... entrevista para hoje.
Tanto que eu corria atrás desta entrevista. Candidatei-me três vezes por canais diferentes. E venho de lá agora. Não contei a ninguém que ia. Nem aqui em casa. Nem à minha mãe. E também não vou dizer que fui.
Chorei metade do caminho de regresso.
O teste prático que fiz não ficou perfeito mas ficou muitíssimo bom mas... se os outros candidatos conseguirem o perfeito...
A idade não interfere, responderam-me.
Não perguntei quanto tempo levam a decidir quem ficará... já foi bom não me ter esquecido da sombrinha.
Deus permite que não tenha sido a segunda e última vez que lá me desloco.
Sinto-me dormente.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Inocência de mãe ou esquecimento da idade?

Um guarda-chuva, sombrinha, chapéu de chuva... tantas forma de falar da mesma coisa.
E um miúdo que é alérgico ao transporte do mesmo independentemente do nome que se lhe chame. Que quando chove alguém vai a correr de carro esperar à porta da escola.
Está na hora de mudar isso... por um caminho de 10 minutos a pé, pela cada vez pouca disponibilidade das pessoas, pela própria independência e até mesmo pelo gasóleo.
Eram horas dele sair, os pingos de água batiam na minha janela... o carro estacionado ali ao lado.
Que mãe faz isto a um filho? Não me senti feliz.
Subi as escadas e fui ao quarto dele, abri o guarda-fato... teria a roupinha toda pronta para mudar rapidamente. Eu o ajudaria.
Pela janela vi-o chegar a correr... chegou molhado.
Ajudei-o a vestir, a calçar... dei-lhe beijinhos e pensei que é assim que os teimosos aprendem.
Mas... será inocência de mãe, ou foi o tempo que se passou desde os meus 10 anos que me fez esquecer o que eu gostava com essa idade?
Estava tão contente a contar como segurava o casaco e como a água lhe corria pelos pulsos.
E eu fiquei com mais roupa molhada em dias de chuva.
Hoje também não quis levar sombrinha, mas não choveu no caminho.