quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Há uma semana que trabalhava quase na minha frente e de costas para mim, mas nunca conversei com a rapariga.
Vestia a farda de profissional, o que quer dizer que já lá estava à bastante tempo.
As suas faces andavam sempre com um ligeiro tom avermelhado, reflexo do andar atarefado que sempre tinha.
Saber logo pela manhã que hoje já não foi porque saiu da empresa sem ser por iniciativa própria… deixou-me a sentir culpada pelo sentimento de ontem.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

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Quando a desgraça dos outros nos faz sentir melhor e não nos sentimos culpados por isso… é grave. Hoje fiquei a saber que pessoas á mais tempo no serviço estão a ter o mesmo destino que eu. Sei que não é digno mas sinto-me mais confortada. Sei que não é bonito mas não consigo deixar de o sentir.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Outra vez no fundo.



E esta vida é mesmo um ciclo… desta vez um ciclo mais curto, de 6 meses apenas. De novo tudo volta ao início.
Sinto-me sem chão… assim como quando se acaba de perder um namorado de quem se gosta.
Questiona-se a veracidade ou se não será alucinação, buscam-se razões…
Neste momento até me esqueço que não é o trabalho dos meus sonhos, até me esqueço que não queria o vínculo que a renovação do contrato me iria dar, até me esqueço que este horário deteriora a vida dos meus filhos, até me esqueço que o preço do combustível faz com que trabalhar me dê prejuízo.
Vão ser os 15 dias mais difíceis. Vergonha… tenho vergonha de olhar para as colegas e saber que elas sabem. E o pior de tudo é mesmo o encarar as pessoas, porque força para voltar a procurar outra coisa… eu tenho. Estou triste e sinto-me lixo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quase no fim do contrato

Alguns "distúrbios a nível pessoal" que me atacavam de vez em quando, mais antigos ainda que o desemprego, levaram-me finalmente a consultar o médico.
Depressão - vi-o escrever mas nada disse e para ser sincera não estou preocupada com isso.
Nessa altura o que de melhor me corria na vida era o trabalho... agora nem isso. Mudei de função e... com o contrato a acabar não me parece um bom augúrio.
Ando na dúvida... não sei se desejo continuar ou parar. Hoje quando o despertador tocou, ainda antes do sol se levantar, eu chorei. Tal como a criança que não quer ir para a escola... mas mais discretamente, só para mim.
Continuar por mais um tempo será quase como fidelizar-me a algo que não quero, será perder mesmo o anterior estatuto. Mas será altura de pensar em estatutos? Será melhor um recomeçar de novo do envio de currículos seguidos de decepções atrás umas das outras?
Antecipar a decisão deles com um arrumar as botas da minha parte... será uma real estupidez nos dias de hoje?