sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A vida que nunca quis...

...estou agora a viver.
Filhos na escola, até aí tudo bem.
Mas depois do almoço, o gajo (e este é o termo mais suave que me apetece chamar-lhe neste momento), sai e pronto.
E eu aqui fiquei, sozinha e com frio de permanente vigilância ao tempo porque a roupa que está estendida não se pode molhar mais, tal e qual o trapo de lavar o chão que se atira para o canto até à próxima lavagem.
Raios partam a vida doméstica! Muito respeito e admiro quem a tem e dela se orgulha... mas eu abomino.
Abomino com toda a minha alma.
Não fui talhada para isto, sinto-me lixo e a deprimência em pessoa.
Apetece-me fazer algo útil e valorizado. Valorizado por outros, mas valorizado essencialmente por mim.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

15 dias (pela 2ª vez)

Hoje é o décimo-quinto dia... já houve outro décimo-quinto.
Desta vez estou com outro espírito. Não fui, ou ainda não fui, tão abaixo.
Agora sei que sou capaz de entrar em algo diferente daquilo que fiz durante metade da minha vida. Agora sei que não é impossível. Agora sei que posso conseguir.
Não estou feliz. Continuo a comer (ainda mais afincadamente), pão com nozes. Mas ainda não chorei desesperada no portal da porta.
Talvez amanhã... talvez amanhã caia por terra a minha esperança.
Amanhã quando me voltar a ver numa apresentação quinzenal.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como se fora um sonho

Voltei ao Centro de Emprego.
Voltei para me reinscrever e requerer novamente o subsidio de desemprego.
Estou a tentar ser novamente uma papa-impostos de quem ainda trabalha.
Esperar no mesmo sítio, sentar-me na mesma cadeira, ser atendida na mesma secretária... fez-me sentir com se nunca tivesse acabado. Como se aqueles seis meses de trabalho não fossem senão um mero sonho. Como se não tivessem sido reais e como se na verdade não tivessem havido seis meses de interrupção.

Sempre pensei que desta vez iria ficar em casa com um ânimo diferente e mais positivo mas... começo a sentir o positivismo a escorrer pelo cano.
Mas vou tentar lutar para ver as coisas pelo lado melhor. Se já consegui sair disto uma vez... porque não hei-de conseguir outra?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dia Zero

Hoje teria sido o meu primeiro dia em casa.
Depois de me terem dito que o último de de contrato seria para gozar o dia de férias que faltava, transmitiram-me quando me apresentei para acertar contas, que me pagariam o dia e que estavam a contar com o meu trabalho.
E assim foi... hoje o último dia.
Rolaram alguma lágrimas pelo meu rosto no inicio da última viagem de regresso.
Amanhã estarei oficialmente desempregada... outra vez.
Novamente o título disto volta a fazer sentido.

domingo, 11 de novembro de 2012

Falta um dia... Será amanhã.
Parece incrível mas estou ansiosa para que passe.
Preocupa-me o facto de me estar a apetecer ficar em casa a arrumar as minhas coisinhas.
Ir-me-ei tornar numa daquelas aves não raras que apreciam totalmente estar em casa a receber rendimentos do estado? 
Irei eu sentir-me feliz e regalada a viver à conta daqueles que ainda trabalham por vezes quase explorados? Irei eu transformar-me num daqueles seres que tanto abonei quando estava no meu trabalho antigo e os via a viver de graça e a comprarem-me artigos considerados não essenciais?
Estou quase a abominar-me a mim própria.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O dia "três" já passou

Esta está a ser a semana mais longa dos últimos 6 meses.
A fazer algo em que não se é bom e com as malas aviadas para partir, é desagradável  levantar ás 04:50H da madrugada para ir trabalhar. Com a ambição cortada e o entusiasmo nulo a única vontade é que passe depressa e acabe de uma vez.
E assim chegou hoje, o terceiro dia a contar do fim, o antepenúltimo...
Agora faltam apenas dois.
Mas neste terceiro fui chamada de volta para o meu lugar antigo. Até me esqueci que estou de saída e voltei a ser feliz com a minha peça... aquela cuja realização havia terminado.
Mas um novo projecto da mesma foi aceite, a partir de umas amostras que eu fui chamada a fazer já depois de estar no outro lado.
Estou de novo entusiasmada, agora gostava que faltasse mais tempo. O que arranjaram com esta porcaria de atitude (chamarem-me de volta), é que vou embora com pena. Sim, com pena... ali eu era feliz.
Tantas vezes que eu pensei que gostaria de terminar os meus dias na empresa com a minha antiga peça.
E é o que vai acontecer. Estou tão contente!